quarta-feira, 20 de abril de 2011

A verdade

Hoje várias situações me fizeram parar pra penar num assunto que evitava há muito tempo. E enquanto fazia meu tradicional caminho para academia refletia. O bom de pensar enquanto anda é que você se desliga completamente do exercício e foca apenas no assunto. Pelo menos é assim comigo e eu adoro ter essas conversas particulares com meu ser mais íntimo. Coisa difícil de acontecer.

Eu estava pensando sobre meu problema com relacionamentos. Sinceramente, eu nem vejo tanto como um problema já que me sinto indiferente ao fato de namorar ou não, mas me preocupa o fato de afetar minhas relações fraternas e profissionais. Eu sinto uma força de individualidade muito grande. Gosto de fazer tudo sozinho e sempre foi assim, mas enfim, vou compartilhar uns pensamentos que tive hoje.

Sinceramente, as vezes eu queria estar com alguém. Tipo em um namoro. O problema é que procuro uma pessoa que “beire a perfeição”. Não aquele estereótipo de príncipe encantado, mas alguém que seja bem compatível comigo. Que seja diferente, mas que ao mesmo tempo me dê atenção quando eu conversar sobre minhas coisas fúteis. Que entenda meus problemas. Alguém que saiba respeitar minha individualidade, meus preconceitos, minhas limitações... Alguém que saiba realmente como lidar comigo. Ou seja, eu quero alguém que não existe.

Talvez essa pessoa até exista, mas toda vez que surge uma oportunidade de conhecer alguém, eu acabo por extirpá-la. Às vezes me envolver em relacionamentos me dá muito medo. Medo da vulnerabilidade a qual serei submetido. Medo de ter que mudar minha maneira de ser e até de não corresponder às expectativas do outro. Sinceramente, tenho medo de muitas coisas. E quando não sinto medo, começo a agir racionalmente. Pensando o quão complicado seria para nós, dada minha falta de liberdade e mau relacionamento familiar.

Então as vezes eu até nego o direito da pessoa me conhecer. Eu termino tudo antes que possa começar. Sinceramente não tenho me sentido vazio nem nada do tipo. Sinto-me completo e satisfeito comigo mesmo. E talvez esse seja mais um dos motivos pelos quais não me envolvo com ninguém. Estou tão apaixonado por mim no exato momento que não sinto falta de ninguém.

Dizem que você só deve amar alguém depois de se amar, mas a verdade é que agora que eu me amo, não encontro mais espaço nem razão para amar outra pessoa. É como se todos os amantes de meu conhecimento se subjugassem ao seu companheiro e eu não consigo ver isso como uma coisa certa. Tudo o que quero e penso são em momentos de satisfação sexual seguidas de pequenas trocas de carícias momentâneas. Não sinto vontade de namorar ou me envolver em um relacionamento de qualquer tipo. Sinto-me perfeitamente bem agora. Perfeitamente pleno.

Pode ser que no futuro eu sinta falta de uma companhia, até como as vezes eu sinto, mas se eu puder fazer como agora e continuar suprindo essa carência com meus amigos e minha sobrinha eu o farei. Meus amigos e minha sobrinha são tudo para mim no momento. As vezes nos magoamos, mas logo passa, porque esse também é o único tipo de amor no qual tenho acreditado.

Então depois de refletir tanto, me deparei com algumas perguntas as quais não consegui responder. Esse sentimento de que ninguém é bom o bastante para mim significa que sou um imbecil que se acha melhor que os outros? Não permitir que pessoas se aproximem com finalidades emocionais é errado? Não querer se relacionar é besteira?

Eu encaro isso tudo como uma fase. Estou assim agora. Não sei qual vai ser minha vontade daqui a alguns anos, meses ou até mesmo dias. Tudo o que sei é que me sinto bem. Não sinto vontade, necessidade e muito menos vejo a possibilidade de mudar essa minha atual situação. Não quero ficar como a maioria dos amantes que conheço. Baseando sua vida e suas ações em outra pessoa. Mesmo porque eu já fiz isso e agora quando olho pra trás me vejo como um garoto idiota, mas que aprendeu que não precisa de ninguém para ser pleno e feliz. Que tudo está dentro de nós. Não sei quanto aos outros, mas pra mim é mais que suficiente.

5 comentários:

Gui disse...

Tudo muda com a maturidade. Daqui a alguns dias, você pode estar pensando diferente. Não se apegue demais à isso.

Beijo

Ro Fers disse...

Perfeito o texto, cujo me vi em vários trechos...
Acho que pensamos da mesma forma...
As vezes ja me questionei certos fatos, assim como você, às vezes tbm me sinto carente...
O jeito é deixar a vida nos levar, o que tem que ser será...
Forte abraço!

FOXX disse...

para as suas perguntas a resposta é: SIM, SIM e SIM.

Euzer Lopes disse...

Candy, o comentário que você fez no último post meu é a chave de tantas interrogações e o Gui aí em cima sintetizou bem: maturidade.
Com o tempo você vai perceber, ou melhor, sentir, que essas perguntas JAMAIS terão uma resposta em palavras.
E a razão é simples: nosso coração não fala. Talvez o mais próximo da perfeição (que infelizmente a canalizamos para outro alguém, muitas vezes) é conseguirmos perceber o que ele tenta dizer.
Isso é o máximo a que podemos chegar.
Quantas histórias você não ouviu de pessoas, ou mesmo viveu, que conhecem uma pessoa maravilhosa, que reúne todas as qualidades que você busca, mas não se apaixonou? Esta é a vida. Infelizmente temos de conviver com isso.


www.meioameioblog.blogspot.com
UMA FILHA PRA CHAMAR DE MINHA

CIELLO disse...

A cada momento na vida teremos sentimentos e sensações diferentesa. Nada é fixo ou rigido o suficiente que não não de espaço ou seja "inflexível" à mutação.

Você está num momento de se Amar intensamente e curtir a vida. Não sei sua idade mas sei que suas perguntas são perguntas cujas respostas não serão respondidas. Serão Vividas!

ahhhhhhh.. e o seu processo de pensar andando.. é IGUAL AO MEU.. hahahaa... quase fui atropelado jah!!!

bjo e obrigado pelos comentarios nas cronicas!!! carinho gostoso te ver por lah!! bjaumzaum