Algumas situações nos deixam realmente traumatizados. São coisas realmente difíceis, os traumas. Difíceis de superar, eu acredito. Tem que ter muita força de vontade, coragem e algum outro fator que não conheço (sempre gosto de apresentar três argumentos).
Mas o que nos leva a ficar traumatizados? O que isso realmente significa? Será que algumas pessoas confundem traumas com medo da mesma forma que confundem tristeza com depressão? Tantas perguntas.
Eu tenho medo de me abrir com meus pais porque toda vez que o fiz, fui recriminado, castigado, reprimido... Seria isso um trauma ou simplesmente medo de sofrer mais conseqüências? Da mesma forma tenho medo do meu pai saber que sou gay porque minha mãe disse que eu o mataria se dissesse. Jamais digam isso a um filho. Não é nem um pouco humano.
Não consigo abrir meu coração. Não consigo ser mais amoroso, carinhoso, sincero... Não consigo mais manter nenhum relacionamento que dure mais de duas semanas. Não quero mais continuar machucando as pessoas e ao mesmo tempo eu sinto um prazer sinistro em fazê-lo, porque é como estar ensinando o lado mais cruel e apetitoso na desilusão. Sofrer é bom e todo mundo gosta um pouco, senão, não amariam.
Queria parar de me apaixonar por amigos. Não são amigos quaisquer... São amigos realmente próximos. Isso já aconteceu com Yasmin, Glauber, Erick... Aff, já foram tantos que perdi a conta e agora mais um... Não vou expô-lo porque é um assunto que ainda não resolvi, nem com ele e nem comigo. Só sei que nunca acaba bem... Pra mim, é claro.
De qualquer forma, dessa vez é um sentimento bem estranho, porque é paradoxal. Da mesma forma que eu o desejo, quero repeli-lo como um animal nocivo. Quero me deixar levar, mas não quero que aconteça.
O coração é o órgão responsável por bombear o sangue oxigenado para o corpo. Por estar envolvido com isso, ele pode sangrar. Facilmente, no meu caso. Eu sei que sou fraco quando gosto de alguém e não quero voltar a ser fraco, porque se algo me acontecer, vou me machucar de novo.
Já provei pra mim que posso superar algumas coisas, mas isso deixa seqüelas, traumas ou qualquer coisa que queiram chamar. Simplesmente não gosto de ficar me testando várias vezes e no fim me pergunto: Pra que serve o amor? Por que os seres humanos têm essa necessidade sedenta de estar envolvido com outro ser afetuosamente? Por que apenas sexo não basta?
É como um vampiro. Por mais sangue que você beba, nunca está satisfeito. A sede só aumenta e ela faz sua garganta arder, pedindo mais... Mais... Só que eu não quero mais sangue. Na verdade não quero mais perder sangue. Não quero que meu coração volte a sangrar, porque EU SEI que ele vai.
Ao mesmo tempo, a sensação de alívio quando o vampiro sente o sabor doce do sangue escorrer pela garganta adentro é tão prazerosa que ele é capaz de matar (mesmo porque essa é a única maneira). Sinto falta dessa sensação. Mas prefiro continuar na abstinência de sangue. Não quero sugar ninguém. Prefiro deixar o buraco no meu peito do tamanho que já está. Não preciso aumentá-lo.
Trauma? Medo? Frescura... Talvez. Bom, eu tenho meus motivos. E vocês?
Vocês sabem que os amo.
XoXo
Candy